
Assoviava feito passarinho!
Canções dolentes, ligeiras,
românticas, canções de amor!
Assoviava o clássico, o popular,
o erudito, o Bolero de Ravel,
as sinfonias de Bach,
até a Marselhesa!
Mas um dia emudeceu,
uma dama malvada
matou o canarinho,
que havia dentro dele.
Alguém afirmou uma vez:
“O amor não é eterno “.
Que bom que não é eterno!
Porque se ele fosse eterno
quando não correspondido,
o sofrer seria eterno também.
O amor recicla, renova,
sofre, chora e se supera
no broto de outro amor!
Por isso de repente...
o assoviador apaixonado,
vai arrancar do peito
de novo o seu assovio.
Um pássaro emudece
quando troca de penas,
um apaixonado
quando muda de amor!
Mario Neves